Grande Otelo, pseudônimo de Sebastião Bernardes de Souza Prata foi um multi-artista brasileiro. Era ator, comediante, cantor, produtor e compositor.
Grande artista de cassinos cariocas e do chamado teatro de revista, participou de diversos filmes brasileiros de sucesso.
Entre eles, as famosas “chanchadas” nas décadas de 1940 e 1950, que estrelou em parceria com o cômico Oscarito e a versão cinematográfica de Macunaíma, realizada em 1969.
É frequentemente citado como um dos mais importantes atores da história do Brasil.
Sua vida teve várias tragédias. Seu pai morreu esfaqueado e a mãe era alcoólatra. Quando já era um ator consagrado, sua mulher cometeu suicídio logo após matar com veneno seu filho de 6 anos de idade, que era enteado do ator.
Desde pequeno tinha atração pelas festas populares. Aos 7 anos de idade teve sua 1a experiência como ator ao participar da apresentação de um circo que passou em sua cidade. Vestido de mulher, interpretando a esposa do palhaço arrancou risos da plateia.
Grande Otelo vivia em Uberlândia quando conheceu uma companhia de teatro mambembe e fugiu com eles para SP. Ele voltou a fugir e acabou no Juizado de Menores, até ser adotado pela família do político Antonio de Queiroz.
Participou com apenas 11 anos de idade (década de 1920) da Companhia Negra de Revistas, composta exclusivamente por artistas negros, que tinha Pixinguinha como
maestro.
Foi em 1932 que entrou para a Companhia Jardel Jércolis, um dos pioneiros do teatro de revista. Nesta época ganhou o apelido de Grande Otelo, que adotou como nome artístico.
O apelido surgiu na Companhia Lírica Nacional, onde o jovem tomava aulas de canto lírico. O maestro julgava que quando ele crescesse poderia cantar a ópera Otelo, de Verdi. Por sua pequena estatura recebeu o apelido de “Pequeno Otelo”, mas depois, a crítica o apelidou de “Grande Otelo”.
Em 1939, contracenou com a atriz e dançarina norte-americana Josephine Baker, que considerou uma das mais importantes apresentações de sua carreira.
Negro, com apenas 1,50 metros de altura viveu numa época em que os negros não podiam entrar pela porta da frente do Cassino, fato que mudou depois da contratação do artista.
Nessa época, compôs junto com Herivelto Martins o famoso samba “Praça Onze”, que fez grande sucesso no carnaval de 1942.
Como compositor, dedica-se principalmente ao samba. Compõe Vou pra Orgia, em 1940, gravada por Nuno Roland, e também lança seu 1° disco como cantor, com a marcha Maria Bonita, de Odaurico Motta.
Com o mesmo parceiro faz Pixaim (1943);
Bom Dia Avenida, Mangueira, Não! (1944);
Fala Claudionor (1946) e Vida Vazia (1954). Com Haroldo Lobo cria Bate o Sino Juvenal
(1946); com Alvarenga, a marcha Abaixo o Chope (1943); e com Blecaute, Batuque de Salvador (1954). Em 1945, grava seu samba Botafogo e faz várias tentativas de emplacar marchinhas nos carnavais.
No cinema, Grande Otelo foi um dos grandes destaques da “Atlântida”. Foi nela que Grande Otelo fez uma grande parceria com “Oscarito”, que se tornou a dupla mais famosa e bem sucedida do cinema brasileiro.
Estrelaram grandes sucessos como, “Noites Cariocas” (1935), “Este Mundo é um Pandeiro” (1946), “Três Vagabundos” (1952), “A Dupla do Barulho” (1953) e “Matar ou Correr” (1954), “Assalto ao Trem Pagador” (1962), “O Dono da Bola” (1961), “Quilombo” (1984).
No teatro, atuou em inúmeras apresentações, com diversos diretores, entre eles, Walter Pinto, Carlos Machado e Chico Anysio. Entre sua peças destacam-se: “Um Milhão de Mulheres” (1947), “Muié Macho”, Sim Sinhô” (1950), “Banzo Aiê” (1956) e “O Homem de La Mancha” (1973).
Na década de 50, Grande Otelo atuou na Televisão Tupi do RJ e na TV Rio. A partir de 1960 começou a realizar diversos trabalhos na TV Globo.
Participou da novela “Sinhá Moça” (1986), do humorístico “Escolinha do Professor Raimundo” (1990/1993) e a novela “Renascer” (1993).
Grande Otelo foi casado com a atriz e dançarina Maria Helena Soares (Joséphine Hélene), e com Olga Prata, com quem teve 4 filhos, entre eles o ator José Prata.
Em 1993, viajando para a França para receber uma homenagem no Festival dos Três Continentes realizado na cidade de Nantes, o coração do gigante Otelo não aguentou e nosso incrível artista nos deixou.
Consagrado como ator, Grande Otelo possui forte ligação com a música, geralmente como intérprete em filmes musicais e no teatro de revista.
Lembrado pelo humor sagaz e ligeiro, mostrou-se hábil na improvisação de suas interpretações, trabalhando a expressão corporal, as vozes e os trejeitos.
Talentoso, sempre lembrado pela sua contribuição cultural na arte brasileira.
Salve, Grande Otelo!
Fonte: Itaú Cultural / Adoro Cinema / Wikipédia / eBiografia
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