Já ouviu aquela música que fala assim: “Como toda bola é de Pelé, a flauta de ALTAMIRO é…”? Então, Altamiro Aquino Carrilho foi um compositor e flautista brasileiro.
Gravou mais de 100 discos, compôs cerca de 200 canções, tendo se apresentado em mais de 50 países difundindo o Choro brasileiro.
Foi um virtuoso da flauta transversal e era o flautista com maior número de gravações registradas na história do Brasil.
Além de ser considerado por críticos e especialistas da área, como um dos maiores flautistas da história do instrumento.
Era considerado pelo flautista francês Jean Pierre Rampal como o melhor flautista do mundo.
Membro de uma família de 8 irmãos, entre eles, o flautista Álvaro Carrilho. Sua mãe foi batizada de Lyra devido ao fato de seu avô materno ser muito apaixonado por música.
Aos 11 anos de idade já integrava a banda Lira Árion tocando Tarol. Estreou em disco em 1943, participando da gravação de Moreira da Silva em formato 78 rpm, na Odeon.
Aos 15 anos mudou-se com a família para São Gonçalo (Niterói), no Rio de Janeiro. Logo depois, a família transferiu-se para o bairro de Bonsucesso, subúrbio do Rio de Janeiro.
Trabalhou como farmacêutico e continuou seus estudos de música à noite, até conseguir comprar uma flauta de segunda mão.
Gravou seu 1° choro em 1949, “Flauteando na Chacrinha” e em 1950 formou seu próprio conjunto na Rádio Guanabara.
Altamiro considerava-se discípulo de Patápio Silva. E recebe, em 1958, o troféu Microfone de Ouro instituído pela revista radiolândia. Em 1997 seu disco “Flauta Maravilhosa” recebe o prêmio Sharp de melhor álbum instrumental.
No ano de 1955, formou a Bandinha de Altamiro Carrilho, com a qual gravaria dezenas de discos, sempre com muito sucesso. No mesmo ano, teve o baião “Elegante” e o samba “Viva o samba”.
No ano seguinte, com a gravação de seu maxixe “Rio antigo”, vendeu quase 980 mil cópias. Assim, manteve com sucesso, um programa na TV Tupi, em horário nobre.
Neste mesmo ano seu programa “Em tempo de música” obteve altos índices de audiência lançando definitivamente sua bandinha à nível nacional.
Ainda em 1957, gravou com sua Banda o LP “Ride palhaço – As Música de Lamartine Babo – Arrelia e Banda de Altamiro Carrilho”, pela gravadora Copacabana com 12 marchas de autoria de Lamartine Babo, “Ride Palhaço”, ” Moleque Indigesto”, “História do Brasil”, “Linda Morena”, “Isto É Lá Com Santo Antônio”, “Babo… Zeira”, ” Só Dando Com Uma Pedra Nela” e “Chegou A Hora da Fogueira”, só da autoria de Lamartine Babo, “Aí, Hein!” e “Boa Bola”, de Lamartine Babo e Paulo Valença, “A. E. I. O. U.”, de Lamartine Babo e Noel Rosa, e “O Teu Cabelo Não Nega”, de Raul Valença, João Valença e Lamartine Babo.
Participou ao lado de Paulo Tapajós, do show “Do choro ao samba”, também dirigido e apresentado por Ricardo Cravo Albin, realizado em várias cidades do Brasil.
Em 1985, participou do álbum triplo “Velhos sambas…velhos bambas”. No ano de 1987, integrou o conjunto que acompanhava Elizeth Cardoso e com o qual a cantora fez, com grande sucesso, turnê por algumas cidades japonesas.
Em 1992, comemorou 50 anos de choro lançando o LP “50 anos de chorinho”, pela gravadora PolyGram.
Ganhou o Prêmio Sharp de 1997 na categoria “Melhor Disco Instrumental” com o CD “Flauta maravilhosa” e lançou, no ano seguinte, o CD “Chorinhos didáticos”, pelo qual o aluno de música aprende ouvindo, tocando com play back e lendo as partituras anexas ao CD.
Em 1998, recebeu do Presidente da República Fernando Henrique Cardoso uma Comenda Especial em reconhecimento por seu talento e sua incansável luta pela nossa música.
Em julho de 2000, realizou uma grande e elogiada apresentação no Teatro Municipal de São Paulo para comemorar os 125 anos de nascimento do chorinho.
Em 2005, gravou seu 1° DVD, no Teatro Municipal de Niterói, em show no qual contou casos da música popular, além de interpretar músicas como “Samba de morro”, “Enigmático”, “Canarinho teimoso”, “Ingênuo”, “Ainda me recordo”, “Flor amorosa”, “Tico tico no fubá”, “Espinha de bacalhau”, “Pedacinhos do céu”, “Na Glória”, “Asa branca” e outras.
No mesmo ano, apresentou-se no festival “Na cadência do choro” realizado no Circo Voador ao lado da cantora Ademilde Fonseca.
Recebeu diversos prêmios e comendas pelos serviços prestados à música brasileira, entre os quais, o de Cidadão Carioca (título concedido pela Câmara dos Vereadores do Município do Rio de Janeiro) e a Ordem do Mérito Cultural da Presidência da República, em 1998.
Faleceu aos 87 anos de idade, em uma clínica no bairro de Laranjeiras, Rio de Janeiro, devido a problemas respiratórios.
Consagrado no Brasil inteiro, é considerado uma lenda do choro, tendo se apresentado em mais de 48 países, sempre com absoluto sucesso.
Salve, Altamiro! O rei da flauta!
Fonte: Dicionário Cravo Albin / Wikipédia / Música Brasilis
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