Especial Consciência Negra – Karaokê 06/20 – Samba do Trabalhador – Canto dos Cafezais

“Acorda negro pra moer café, negro já são cinco horas, hora de ficar de pé, sinhá não quer saber, se negro é homem, menino ou mulher”.

Por que hoje cultuamos o pop e esquecemos a nossa própria cultura? Seria mais confortável pra gente escutar o que geral está escutando? Porque uma dança tão linda quanto a do Jongo, entre outras que tem o pezinho lá na África, acabam não alcançando o gosto do grande público? Uma vez um negro me falou que é porque “Parece Macumba”. E essa “Macumba” é coisa ruim, então? Porque se estiver falando das religiões que ajudaram a nossa própria raça a chegar até aqui com um mínimo de sanidade, não é coisa ruim não. É da boa. Assim como o Samba e a “Macumba”, o Jongo foi um movimento para anestesiar toda a nossa dor. Que tal se a gente parasse pra prestar um pouco mais de atenção nele? Quem sabe você não se identifique? A galera da sua árvore genealógica gostava!

Hoje lançamos o primeiro Karaokê de Jongo da história do youtube. Uma música linda do meu irmão Abel Luiz e Daniel Oliveira que nos ambienta nos tempos malditos. Versão do @moaesambadotrabalhador. Bora lá conferir(link na bio)?

Na ilustração: Tia Maria do Jongo. Neta e filha de ex escravos, Tia Maria é uma grande referência do Morro da Serrinha, em Madureira. Além ser grande disseminadora e mantenedora da cultura do Jongo, ela foi uma das fundadoras do Império Serrano. Pouco Antes de falecer, ela ganhou o prêmio “Sim à Igualdade Racial” na categoria Arte em Movimento. Tia Maria foi uma mulher incrível que viveu onde quis e como quis e nos deixou um legado incrível.

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Especial Consciência Negra – Karaokê 05/20 – Grupo Bom Gosto – 300 anos

“Livre, Mandela é Zumbi que se revive. Exemplo pro céu de outros países, como o meu.”

Primeiro foi a legalização do sistema escravista. “Ah, negros não tem alma, pode escravizar”, diziam as autoridades da igreja. Tinha q ter uma desculpa, né?

Depois, em muitos lugares do mundo, ocorreu o apartheid assumido e legalizado. “Vocês estão livres, porém não se misturem com a gente. A parte boa e rica, cheia de privilégios é nossa e vocês que se ferrem aí para sobreviver.”
Há muitos negros que até preferiam assim, depois de tantos traumas com a raça branca, a melhor opção seria segregar. Acontece que essa segregação só é vantajosa para um lado, e temos que ter CONSCIÊNCIA disso. Mesmo a carta magna e muitas pessoas dizendo que não, o apartheid ainda existe no Brasil. Não somos todos iguais, infelizmente. Basta você ir aos extremos da sua cidade. Vá para a comunidade mais pobre e verá que 99% das pessoas serão negras. Vá para o bairro mais rico e verá que 99%(100%)das pessoas são brancas. Vá tbm ao melhor restaurante, para o aeroporto…

Ter consciência do porquê dessa diferença não é motivo pra desanimar. Pelo contrário, é uma forma de nos encorajar a sermos bem melhores, uma vez que já nascemos em desvantagem.

Agora que já falei umas verdades, queria dizer que o Karaokê do clássico do samba 300 anos já está disponível pra cantarmos à vontade no canal DOM Produções. Versão do sempre excelente @bomgostooficial. Bora lá cantar a nossa história? O link está na bio.

Na ilustração: Nelson Mandela, foi o mais importante ícone da luta contra o sistema racista de segregação. A luta lhe custou anos de sua vida na prisão, mas conseguiu sua liberdade depois de uma campanha internacional e se tornou um dos presidentes mais famosos da história. Mandela ganhou o prêmio Nobel da paz. Confira uma de suas frases históricas:
“Ninguém nasce odiando o outro pela cor de sua pele, ou por sua origem, ou sua religião. Para odiar as pessoas precisam aprender, e se elas aprendem a odiar, podem ser ensinadas a amar”.

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Especial Consciência Negra – Karaokê 04/20 – Ellen Oléria – Zumbi

“Eu quero ver quando Zumbi chegar!”

Sabe quando nos sentimos usados, que causa uma angústia enorme no coração? Imagine um povo ser carregado à força da sua terra, separado da sua família e obrigado a trabalhar, sendo tratado como um objeto… Imagine um povo, que durante séculos foi proibido de ter acesso à educação, à sua própria cultura e à sua própria religião… Imagine sofrer os piores castigos físicos e psicológicos que uma mente cruel pode inventar… Imagine depois disso tudo e mais um pouco, esse povo ainda resistir…

Agora não precisa mais imaginar. É só olhar em volta. É só olhar para você. Você é reflexo disso tudo. Tenha orgulho da resistência do seu povo e consciência de que a luta pela igualdade está longe do fim, pois assinatura de carta não transforma história de raça nenhuma.

A música Zumbi de Jorge Ben te leva direto à época da opressão maior. Uma verdadeira obra prima sobre o assunto. E a versão da Ellen Oléria faz qualquer negro ou não-racista se emocionar. Que pressão, que voz, que interpretação! Agora, vamos cantar mais esse grito de guerra lá no canal(link na bio)?

Na ilustração: Zacimba Gaba, uma princesa de Angola sequestrada e escravizada aqui junto com seu povo. Sempre sofreu muitos castigos por desobediência e tudo só piorou quando descobriram que ela era princesa de seu povo. Passou a sofrer estupros(a propósito, ESTUPRO CULPOSO NÃO EXISTE). Ela esperou o momento certo para envenenar o dono da fazenda colocando veneno de cobra em sua comida e em seguida começou uma rebelião, onde todos os tortutadores foram mortos, e a família do fazendeiro foi poupada. Longe das correntes, fundou seu Quilombo. Não satisfeita, continuou liderando ataques a outras fazendas de escravos e a navios negreiros, morrendo em uma destas batalhas. Valeu, Zacimba! Porque não me contaram isso na escola???

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Especial Consciência Negra – Karaokê 03/20 – Capoeira – Paranauê

“Paranauê, Paranauê Paraná…”

Seguindo com a missão de contar/cantar nossos feitos, nossa cultura e virtudes, hoje a homenageada do dia é a Capoeira. A prática começou durante a escravidão. Os negros, para não levantarem suspeitas, adaptaram os movimentos de luta aos cantos da áfrica, fazendo tudo parecer uma dança. Mesmo assim, a capoeira foi proibida até a década de 1930. Mais uma cultura que o povo negro lutou pra preservar! O karaokê tá lá no youtube(link no meu perfil). DOM dia.

Na ilustração: Mestre Bimba. Grande educador e criador da capoeira regional, que introduziu novos ritmos à cultura, aumentando sua aceitação. Mestre bimba foi o responsável direto por tirar a capoeira da marginalidade.

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Especial Consciência Negra – Karaokê 02/20 – Marina Íris e Nina Rosa – Pra Matar Preconceito

“Pra matar preconceito eu renasci!”

Quem não conhece essa música que enumera grandes referências de mulheres negras? Confesso pra vocês que eu não conhecia todos os nomes lá atrás, na primeira vez que ouvi, mas o samba é tão bom que me fez pesquisar. Pra mim Samba é isso, cultura e consciência. É saber de onde viemos, onde estamos e para aonde vamos. E que todas as mulheres negras saibam que elas sempre tiveram muita força e resistência para quebrar muitas barreiras até aqui! E que continuem quebrando! Karaokê na versão da exceleeeente @marina_iris e da minha parceiraaa espetacular @cantoraninarosa liberado no canal(link na bio). Bora lá eternizar esse e outros sambas autênticos?

Na ilustração: Tia Ciata, cozinheira e mãe de santo, foi símbolo da resistência negra no Brasil no pós abolição. Reunia sambistas em sua casa para manter nossa cultura viva numa época em que o Samba era proibido por lei.

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Especial Consciência Negra – Karaokê 01/20 – Mangueira 1988 – 100 Anos de Liberdade: Realidade ou Ilusão?

“Será que já raiou a liberdade? Ou foi tudo ilusão? Será que a lei áurea tão sonhada, há tanto tempo assinada, não foi o fim da escravidão?”

E assim começa nossa programação do Novembro Negro. 20 dias de conscientização, 20 dias de karaokês de músicas que contam a nossa história. Mangueira 1988 é o melhor samba enredo sobre o tema, na minha opinião. Então tive que fazer a versão pra gente cantar. E vem muito mais aí. Vai rolar coisa que a internet nunca viu. É SÉRIO. Vamos lá cantar a nossa cultura?

Na ilustração: João Cândido, homem de um grupo de marinheiros negros que mesmo após a escravidão recebiam chibatadas e outros castigos horríveis de seus superiores. Claro que ele liderou o sequestro do navio, apontou os canhões para a costa e conseguiu uma carta assinada pelo governo proibindo os maus tratos. Foi a Revolta da Chibata. Tô aqui só esperando sair o filme.

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Gaviões da Fiel

O Grêmio Recreativo Cultural e Escola de Samba Gaviões da Fiel Torcida (G.R.C.E.S. Gaviões da Fiel Torcida), é a maior torcida organizada do Sport Club Corinthians Paulista, e também é uma escola de samba. Fundada em 1969. Foi a primeira torcida organizada do Brasil a ter uma estrutura administrativa interna.
Graças ao inusitado fato de até então ser ao mesmo tempo uma escola de samba e uma torcida, a Gaviões ganhou muita visibilidade no Carnaval, não só em São Paulo, mas também atraindo a curiosidade de gente de outros estados, como o Rio de Janeiro, por exemplo, bem como ganhando a simpatia também dos torcedores do Corinthians, mesmo os que torciam para outras escolas.
A agremiação chegou a ter, suspensas por liminar, as suas atividades como torcida, devido a briga de seus membros.
Na Gaviões os departamentos de carnaval e os ligados ao futebol fazem parte de uma mesma entidade.
O samba, que trouxe o 1° título do grupo especial aos Gaviões da Fiel, é considerado como um dos melhores do Carnaval, não se limitando apenas a São Paulo. E por isso escolhemos esse samba para homenagear: Coisa Boa é Pra Sempre (Gaviões da Fiel – 1995).
Naquele ano os Gaviões comemoraram os 25 anos de sua fundação e o enredo fazia uma viagem a todas as glórias cotidianas, as pequenas alegrias diárias e, claro, toda a alegria que o samba pode trazer à vida de alguém.

Não perca tempo e venha cantar esse samba campeão no nosso Samba-Okê!

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Vai-Vai

Vai-Vai é uma escola de samba fundada por um grupo de notáveis sambistas no bairro do Bixiga, pertencente ao distrito da Bela Vista, São Paulo.
É a maior campeã do carnaval de São Paulo com 15 títulos.
No início do século XX, havia no bairro do Bixiga um time de futebol chamado Cai-Cai, que utilizava as cores branco e preto. Porém eram sempre vistos como penetras e arruaceiros, sendo apelidados comicamente de “a turma do Vae-Vae”. Expulsos do Cai-Cai, estes criaram o Cordão Carnavalesco e Esportivo Vae-Vae, que foi oficializado em 1930.
O Vae-Vae adotou as cores preto e branco, as cores do Cai-Cai invertidas, como forma de ironizar.
Em 1972, a Vai-Vai tornou-se oficialmente uma escola de samba, com a nomenclatura de hoje estreando no grupo especial. O 1° título como escola de samba chegou em 1978, seis anos depois da mudança.
No final dos anos 1990 e início dos anos 2000, a escola viveu a sua melhor fase, quando, após a conquista do título de 1996, foi tetracampeã consecutiva, ainda que os 3 últimos títulos tenham sido divididos com outras escolas.
O samba escolhido para homenagear essa escola campeã é um samba também campeão: Simplesmente Elis, a fábula de uma voz na transversal do tempo (Vai-Vai – 2015).
O enredo falava de uma das grandes cantoras da MPB, Elis Regina. Foi um desfile de harmonia e evolução perfeitas e gerou fortes reações nas arquibancadas, com um samba-enredo contendo partes das músicas da “Pimentinha”, e terminando o percurso aos gritos de “É campeã!”. Efetivamente, a escola conquistou naquele ano seu 15° título.

Venha homenagear essa cantora espetacular e cante esse samba no nosso Samba-Okê!

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Unidos de Vila Isabel

A Vila Isabel foi fundada em 4 de abril de 1946, subida do Morro dos Macacos, onde funcionou a primeira sede da escola.
Em seu brasão há a coroa da Princesa Isabel, aonde figuram na parte de cima um resplendor com uma fita azul aonde se encontram as iniciais da agremiação, e na parte de baixo, se vêem uma clave de sol, um pandeiro e a pena de Noel Rosa.
Foi 3 vezes campeã do grupo especial do carnaval carioca.
Suas cores oficiais são o branco e o azul-celeste. Uma das figuras mais conhecidas da escola é, sem dúvida, “Martinho da Vila”. Ele reestruturou a forma de compor sambas de enredo, com a introdução de letras e melodias mais suaves.
Em 1979, a Vila saiu vitoriosa com um enredo falando sobre Carlos Machado. Foi a primeira vez que uma escola homenageou um vulto da cultura ainda vivo.
No grupo especial, a Vila Isabel conquistou seu primeiro campeonato apenas em 1988, desfile do samba-enredo Kizomba, a festa da raça. O desfile marcou a passarela do samba, por abusar de materiais alternativos, como a palha e sisal, e pela garra dos componentes da escola. Para muitos que seguem os desfiles este é considerado um dos maiores desfiles de todos os tempos. Infelizmente, devido a um grave temporal, que deixou a cidade do Rio em estado de calamidade pública, o Desfile das Campeãs não foi realizado.
Com tanta história boa na bagagem escolhemos um samba lindo pra homenagear, o do ano de 2013.
Nesse ano, a escola homenageou o agricultor e recebeu patrocínio de aproximadamente 10 milhões de reais da empresa alemã BASF, uma das maiores fabricantes de fertilizantes do mundo. No dia da apuração a Vila se sobressaiu sobre as demais escolas e conseguiu seu 3° título no grupo especial, consagrando assim o melhor samba de 2013 composto por nada menos que Martinho da Vila, Tunico da Vila, Arlindo Cruz, entre outros.

Venha cantar esse samba e homenagem o agricultor brasileiro em nosso Samba-Okê!

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Unidos do Viradouro

Viradouro é uma escola de samba da cidade de Niterói, mas que há muitos anos participa do Carnaval da cidade do RJ.
Foi campeã do Grupo Especial 2 vezes em 1997 e 2020.
São símbolos da agremiação uma coroa com ramos de folhas e um aperto de mãos interracial. A Viradouro foi fundada com as cores azul e rosa, no dia de São João Batista, padroeiro da cidade de Niterói. Por isso, o santo também foi escolhido para ser o padroeiro da agremiação.
A fábrica de tecidos Matarazzo fabricava tecidos em cetim na tonalidade usada pela Viradouro. Com o fechamento da fábrica, a escola teve que recorrer a fornecedores diferentes e começou a ter dificuldades para encontrar quantidade suficiente de tecidos na mesma tonalidade para seus desfiles. Naquela época, havia respeito às cores originais da escola e os adversários chegaram a acusar a Viradouro de desfilar com roupas e alegorias reaproveitadas de anos anteriores. Sentindo que as notas dos jurados começavam a refletir esse pensamento, a diretoria da escola decidiu, após o carnaval de 1970, trocar as cores azul e rosa. E assim, adotou as cores vermelho e branco.
A Portela é a escola-madrinha da Unidos do Viradouro.
Em 2020 desenvolveram o enredo “Viradouro de Alma Lavada”, que exaltou a história das Ganhadeiras de Itapuã. Com uma apresentação impecável e um samba-enredo que levantou o público das arquibancadas da Sapucaí, principalmente pelo refrão “Ó, mãe! Ensaboa, mãe! Ensaboa pra depois quarar”, a escola conquistou o título de campeã do carnaval carioca depois de 23 anos.
Resolvemos homenagear o 1° título deles: Trevas! Luz! A explosão do Universo (Viradouro – 1997).
Um dos destaques deste desfile foi a bateria ter tocado a “paradinha” com alguns compassos em ritmo de funk, sob o comando de Mestre Jorjão. Na época houve críticas de alguns outros mestres de bateria. Mas como podemos perceber a inovação fez a escola de Niterói entrar para história.

Divirta-se com a paradinha funk cantando e dançando no nosso Samba-Okê!

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