“Eu tive um sonho bom, gostoso de sonhar, durou a noite inteira…
Eu tive um sonho bom, sonhei com Oxalá, em plena sexta feira”
Sobre Sincretismo. Quando as religiões de matrizes africanas foram proibidas, e os negros foram obrigados a cultuar exclusivamente a religião do homem branco, algo precisava ser feito para a devoção ancestral não se perder. Os negros, assim como fingiram que a capoeira era uma dança, passaram a associar cada Orixá a um Santo Católico. Desta forma, Ogum se disfarçou de São Jorge, Iansã de Santa Bárbara, e por aí foi. O problema foi que disfarçaram tão bem que, hoje em dia, apenas algumas gerações à frente, existem negros que tem medo de Candomblé. São nascidos, criados e habituados àquela religião que foi imposta na época da opressão. Isso não é errado, afinal não foi culpa nossa. E a religião imposta prega um amor verdadeiro, que mal pode ter né? A minha idéia não é converter ninguém pra religião que veio de lá do outro lado do oceano. Só é uma pena saber que muita gente ainda esconde que é “macumbeiro” por medo de julgamentos. O nosso país é laico, sem uma religião definida. Podemos adorar a Deus da forma que quisermos, ou podemos, inclusive, não acreditar em Deus nenhum.
Se você crê como eu creio, continue amando a Deus e seguindo os ensinamentos de amor, mas muito cuidado com certas gestões dessas instituições.
O karaokê de hoje é pra cantar pros Orixás. Tenho muito orgulho de ter essa consciência de que falar dessas entidades é falar de resistência. E a música é linda demais. Bora lá no canal soltar a voz? Link na bio.
Na ilustração: Mãe Menininha do Gantois. Foi a mais conhecida Ialorixá do Brasil. Foi a grande responsável pela difusão e propagação do candomblé na Bahia, conseguindo levar para o seu terreiro até personalidades da época, como Tom Jobim, Vinícius de Moraes e Dorival Caymmi.
Qual é a sua opinião sobre esse assunto? Deixa aí nos comentários pra gente trocar essa idéia!